terça-feira, 26 de julho de 2011

beijo

Levantou-se depressa. A garota sem entender direito o porquê de tão súbita levantada, pôs-se de pé também. Ele pegou as mãos dela nas suas e, olhando-a nos olhos, disse.

- Eu preciso ir guria – falou. Indiferente à cara de Duda, que se preparava para questionar o motivo de tão urgente saída, ele continuou – não tenho como te explicar direito agora meus porquês, só que tenho mesmo que ir. Vai pra cama e descansa, tá? Eu liguei e conversei com teu chefe... – Duda o olhou preocupada, pronta para tentar interromper de novo. Conhecia o chefe, apesar de ser um bom homem, Dr. Marcus sempre era bastante rígido com os horários que os funcionários chegavam ao escritório. Guilherme continuou sem dar a chance de a garota argumentar. - Ele falou que não tem problema você faltar amanhã de manhã. Ela entreabriu a boca para falar. Queria saber para onde ele estava indo, como tinha conseguido o telefone de seu chefe, por que tinha que sair tão depressa. Será que tinha uma namorada esperando por ele no apartamento dois andares abaixo? Apenas por pensar nessa suposição, seu rosto se encrespou de leve. Ele a tocou na bochecha com as costas dos dedos. Antes que a garota pudesse se por a interrogá-lo, ele suavemente levou o corpo dela em direção à parede juntamente com o seu. Se aproximou dela. Agora seus rostos estavam a alguns centímetros um do outro. Mais um passo. Mais perto agora. Ele abaixou a cabeça, levando sua boca em direção à dela. Virou levemente o rosto, chegando mais perto ainda. Ambos fecharam os olhos. Seus lábios se tocaram. Com uma das mãos, ele correu os cabelos da nuca da garota. Com a outra, enroscou-lhe a cintura. Ela sentia a barba dele por fazer em seu rosto. Continuaram assim por alguns segundos. Pareceu uma eternidade, mas, ao mesmo tempo, não tempo suficiente. Afastaram os lábios, agora se olhando. Ela suspirou. Ele sorriu. Ela corou por ter suspirado tão intensamente depois do beijo. Ele virou-se e saiu porta a fora. Ela escorregou pela parede até o chão. Sorriu boba. Lá fora, o dia preparava-se para nascer.

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